Olinda, a 6 km da capital, mereceria uma semana inteira de passeio, só para se dar o luxo de desfrutar do estilo de vida boêmio da cidade alta. Mas, em um dia, já para fazer uma degustação. Chegando ao Sítio Histórico, é bom deixar toda a preguiça de lado: é impossível aproveitar bem o passeio se não for a pé. O legal é curtir o clima de cada rua, descobrir detalhes na arquitetura das casas e conversar com os moradores, que também adoram curtir as ladeiras. Por isso, sapatos confortáveis, uma garrafinha de água na bolsa e disposição para caminhar com tranquilidade são fundamentais.
Ladeiras de Olinda. |
Almoce pelas ladeiras, antes de conhecer o circuito de igrejas seculares (a Igreja da Sé, primeira paróquia do Brasil, a Igreja do Carmo, a mais antiga da Ordem Carmelita no país, e a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, parcialmente destruída em um incêndio no período holandês em 1631, mas reedificada em 1644, se destacam). O Mosteiro de São Bento, construído em 1586, logo no início da colonização portuguesa no Brasil, também vale a pena para ouvir o canto gregoriano. O mosteiro foi destruído nos conflitos com os holandeses, mas, após sua reconstrução, ganhou a sacristia mais rica das igrejas de Olinda, repleta de talhas douradas, espelhos de cristais e painéis ilustrando a vida de São Bento.
Olinda também é rica em museus e artesanato. Museu do Mamulengo (Espaço Tiridá), Museu de Arte Contemporânea, o Museu Regional de Olinda e Museu de Arte Sacra são opções de espaços para visitar, cada um com suas peculiaridades. O Mercado da Ribeira, construído no final do século 17, funcionou como antigo mercado de carne, farinha, peixes e escravos. O casarão é característico do Brasil colônia, com piso em tijolos e terraços com colunas. O telhado conta com três camadas de telhas (eira, beira e tribeira), o que na época era sinônimo de poder e riqueza. O mercado passou por uma restauração no estilo original e hoje abre espaço para lojas de artesanato. Podem ser encontrados suvenires, peças de barro, renda, couro e palha e as típicas máscaras carnavalescas de papel machê. Também não faltam ateliês para conhecer. Em Olinda, por todas as ruas há artistas plásticos produzindo, e abrem as portas de suas casas para os visitantes.
Que tal uma pausa para um cafezinho? Siga para os Quatro Cantos de Olinda, encruzilhada onde se reúne a boemia da Cidade Alta. Na Rua Prudente de Morais, famosa pela abundância de ateliês e produções artísticas, a Estação Quatro Cantos recebe os turistas e moradores que desejam um pouco de tranquilidade. O ambiente silencioso e aconchegante oferece wi-fi gratuito e um cardápio recheado de opções da bebida quente ou gelada. Depois, se refresque na sorveteria Saborear-te, que funciona na antiga casa onde o artista Bajado, dedicado a Olinda, costumava trabalhar. São 42 sabores diferentes, produzidos de acordo com as frutas da época, sem gorduras e sem corantes.
Alto da Sé. |
E nada melhor que aproveitar o pôr-do-sol com uma vista maravilhosa. No Alto da Sé, ponto mais alto da cidade, há vários mirantes: a caixa d’água em frente à praça, a varanda do Mercado de Artesanato ou o gramado da Igreja da Sé. Na praça, onde há uma feira de artesanato, é possível provar a iguaria olindense: tapioca. Várias barracas produzem o beiju com recheios variados, mas o mais tradicional é de queijo coalho com coco.
E ainda dá para esticar o passeio. À noite, a boemia toma conta das ruas de Olinda. A Bodega de Véio, uma mistura de bar e mercearia, é imbatível para quem gosta de cachaça e cerveja. Os petiscos e as bebidas são pedidos no balcão, com clima descontraído. Um licor de frutas na Licoteria Noctívagos também é altamente recomendado. E, para quem gosta de festa, a Casa do Cachorro Preto é um espaço que ferve de cultura local, abrindo caminho para jovens artistas da cena recifense tanto em exposições, quanto em shows musicais.
Olinda maravilhosa!
ResponderExcluirBelíssima!
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